Esse é o print da página do G1 as 15h30 de hoje, domingo:
Traduzindo: parada gay = desastre. Antes de entrar numas de dizer que o site é homofóbico e blah blah blah, eu preciso dizer que a associação, por mais que tenha saído de um erro (bem bizarro, diga-se de passagem), tem seu fundo verdadeiro. Por que? Bom, vamos por partes:
- O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, foi reeleito essa semana sob suspeita de fraude, causando uma onda de protestos no país. Extremamente homofóbico, o governo aiatolá também é famoso por sua postura ditatorial e repressiva, que há décadas fechou o Irã para o resto do mundo.
Aí eu me pergunto: será que os 3,5 milhões de pessoas (estimativa de público divulgada ontem), cheias de “orgulho gay”, se lembram que uma quantidade tão grande quanto essa de homosseuxais talvez esteja sendo torturada, morta, espancada e agredida (de todas as formas possíveis) em países como o Irã?
Porque dizem que a mainifestação é de cunho político. E se as ruas de São Paulo estão assim:
No mesmo momento, as de Teerã estão assim:
Alguém da Party People se importa com algo que está acontendo miles away? - É óbvio que o exemplo é distante e que não justificaria, por exemplo, o não-acontecimento da parada. Não é isso que estou discutindo. Sou super a favor de ativismo feito de forma lúdica e acredito que ele é inclusive mais eficiente no sentido de que atinge um maior número de pessoas e as envolve de forma mais intensa. Entretanto, ainda assim, a intenção deveria ser política. E nem é necessário ir até o Irã pra entender o porquê. Paralelamente a parada, um grupo de extrema direita faz um protesto no parque do Ibirapuera. Nesse exato momento, o Resistência Nacionalista está reunido sob slogans como “existem órgãos que defendem os animais, o meio-ambiente, os bandidos, mas enfim, quem defende a família nacional? Pense nisso”.
Minha pergunta é muito simples: quem defende a comunidade gay (isso existe?) da resistência nacionalista, dos neonazistas, dos espancadores e das agressões sofridas todos os dias por jovens que crescem em famílias conservadoras, seja por causa de religião, política ou falta de instrução? Onde está nossa “resistência”? Quantas das 3,5 milhões de pessoas estão preocupadas com isso? Quantas delas vão votar em candidatos de direita na próxima eleição, os mesmos que hoje, na abertura, disseram apoiar as “uniões civis entre homossexuais”? But please… don´t stop the music! - Em 1969, homossexuais americanos eram perseguidos pela polícia, constrangidos e espancados. Mesmo em seus “guetos”, (como o Sotnewall Inn, onde muitos se reuniam), essas pessoas eram ameaçadas e violentadas. No mês de junho daquele ano, vários deles se revoltaram e tiveram embates violentos contra a polícia, marcando o começo da luta pelos direitos civis dos homossexuais nos EUA e, de certa forma, no mundo.
Um ano depois, marchas políticas foram feitas em Nova Iorque e em Los Angeles para relembrar o episódio, que ficou conhecido como Stonewall Riots. Essa é, resumindo, a história das paradas gays. Elas são, originalmente, marchas para relembrar o dia em que vários homossexuais confrontaram o poder estabelecido em nome dos seus direitos.
Na parada desse ano, em São Paulo, é possível comprar um lugar no camarote VIP por R$150 reais. Lá a bebida é liberada, os DJs são exclusivos e você não se mistura com a multidão. Pessoas do Brasil inteiro vão para a cidade, que é palco de zilhões de festas, o típico “fervo” da época da parada. E a lembrança de Stonewall? O que será que 69 representa pras pessoas que infestam a Paulista nesse momento?
Sabe, não é uma questão moralista. A parada de Roma foi ontem. Vamos ver o que rolou por lá?Viu? Também tem pegação, também tem “fervo”. Mas a parada, em si, ainda é um desfile político. Tem protestos ali envolvendo a União Européia e um papa que disse que os homossexuais ameaçam a paz mundial. E é assim que acontece na maioria dos outros países. Quem assistiu séries como Queer as folk, viu a importância que participar da parada tem para cada pessoa, enquanto ato político. Tanto é assim que, não muito longe de Roma, em Varsóvia, na Polônia, a parada gay que também aconteceu ontem, terminou assim:
E aqui? Como vai terminar? Quando os milhões de pessoas voltarem pra casa, eles se lembrarão do motivo pelo qual estiveram “lutando”? O saldo da parada virá em cobrança de ações dos governos ou numa cobrança da fatura do cartão de crédito? Just asking…
Não queria bancar o chato à toa, mas sei lá, a associação errada do G1 me fez pensar nisso tudo. Porque se a parada for mesmo uma micaretona, um puta evento lucrativo e bombante, acho que seria legal vender pra uma empresa, tipo sei lá, uma cervejaria. Tornaria tudo mais organizado (vide Skol Beats), limpo e bem policiado, além de tirar esse “peso” político das costas de quem só quer curtir.
Tá bem, a parada “tá aí”, a comunidade gay saiu do armário. Mas e agora? Pra onde vai todo mundo? No escuro, todos os gatos eram pardos, mas à luz do dia, gays são tão diferentes entre si como, sei lá, “pessoas de olhos azuis” ou “pessoas que gostam de coca-cola”. Continuar se orgulhando de algo com o qual se nasce, será tão fútil quanto a barbie que se acha melhor do que o resto porque é gostosa e pega todo mundo. O “orgulho real” vem das conquistas, ainda muito poucas aqui no Brasil. Com ou sem paradas, milhares ainda morrem apenas por serem gays, são expostos a todo tipo de constrangimento e agressão. O que os 3,5 milhões de pessoas, Kassab, Serra e o escambal estão fazendo para mudar isso? Pra onde vão os milhões de reais movimentados durante a parada?
Eu vou ter orgulho de verdade quando isso terminar. Quando a rua não precisar parar pra eu passar. Quando não faça mais sentido falar em ser gay, porque será sinônimo de ser gente. Até lá, espero que as paradas possam se tornar algo diferente do que eu vi esse ano. Porque sinceramente? Foi um desastre.
Update: Hoje, dia 16, a Band veiculou a seguinte reportagem:
Vodpod videos no longer available.
E então? Que “parada” é essa?
Davi
Jun 14, 2009 @ 18:57:35
Palmas!
Falou e disse..
É impressinante como no Brasil nem a mídia se atenta a levantar essas questões e continua tratando as paradas gays como evento turístico!
E o pior! As pessoas engolem esse conceito e agem como tal!
Perfeito Dimas..
Parabéns!
medeiross
Jun 14, 2009 @ 19:10:47
É bem por ae Dimas…
O que tu expressou nas últimas linhas é o “pensamento” de muita gente.
Orgulho vai ser, quando não haver mais nenhum sentido do gay; quando gay for igual à todo mundo, assim como é um hetero…
A comunidade gay é bem estranha, e td mundo sabe.
Tds vivem dizendo que não gostam de “carão”, que gay é metido e blás , blás, blás. MAs justo os que falam isso, agem da mesma maneira… e daí?
Fica td mto perdido..
Juliano
Jun 14, 2009 @ 19:28:10
É fiote, parabéns pelo post e por atender aos pedidos dos seus leitores!!! srsrsr….Há pouco vc estava sem inspiração para falar do assunto e resistente a escrever sobre isso, mas produziu o melhor post que li aqui. Voce conseguiu tirar “leite de pedra” ao fazer as interligações, que ficaram totalmente pertinentes. A questao é essa mesma: sobra festa, pegação e alienação demais nas paradas do Brasil e falta o cerne da questão que é o discurso e as ações politizadas, que não projetam o alcance necessário e ficam apenas nos discursos hipócritas e superficiais de políticos, de parte da imprensa e de alguns militantes.
Arsênico
Jun 14, 2009 @ 23:11:15
Nossa… SinceramenTi… TO CHOCADO… Não esperava tão cedo ler um post tão bem elaborado como esse… Não somos apenas nós que pensamos assim… muitos homossexuais preferiram ficar em casa hoje ao invés de desfilar suas fantasias na Paulista… Apenas pelo motivo de não sentir que aquele momento realmente é responsável e ideológico…
Tb não iria… e não tenho o menor dos desejos em estar presente nesse movimento que tornou-se sinônimo de BADERNA…
Parabéns… MESMO…
umBeijo!
***
marcos carioca
Jun 14, 2009 @ 23:31:38
MUITO BOM TEXTO! MEUS SENTIMENTOS QUASE QUE TODOS DESCRITOS AQUI. TEM PONTOS QUE DISCORDO, MAS EM RESUMO, EH BEM O QUE PENSO.
FALTA SERIEDADE PARA SE CRIAR O CARNAVAL. QUERO FARRA, PEGAÇAO E JOGACAO, MAS QUERO UMA VERDADEIRA EXPLICACAO POLITICA.
VU TWITTAR ESSE TEXTO. E REPRODUZIR NO CARIOCA.
introspecthive
Jun 14, 2009 @ 23:31:38
Caralho, matou a pau. Impecável. A Parada precisa ser repensada urgentemente, porque além de não nos favorecer em nada, ela passou a depor contra. Parabéns pelo post.
introspective
Jun 14, 2009 @ 23:32:52
(O comment acima é meu… eu tava logado no wordpress, mas o meu blog ativo é o blogspot!)
PAZIAM
Jun 14, 2009 @ 23:37:03
FOTOS DA PARADA EM SAO PAULO HOJE
http://WWW.PAZIAM.WORDPRESS.COM
vinicius
Jun 15, 2009 @ 11:05:08
mandou bem dimas… =D messsmo!
Dani
Jun 15, 2009 @ 13:02:41
Concordo plenamente com o Juliano. Também considero o melhor post que já li!
Sabe… o problema é que no Brasil tudo (absolutamente tudo) vira carnaval e pegação. Torço muito pra que chegue logo o dia em que temas importantes sejam tratados com a atenção e o respeito que merecem; que as pessoas saiam às ruas sabendo pelo que estão lutando/reivindicando.
Parabéns pelo texto, Dimas!!
Flávio Amaral
Jun 15, 2009 @ 15:11:41
Grande texto – parabéns!
Valmir Jr.
Jun 15, 2009 @ 17:28:02
Grande texto mesmo. Sintetiza também o que penso. “Parade” é um desfile: um público para uma passarela. E nessa passarela, as pessoas devem PROTESTAR. Fica a dica.
Shoichi Iwashita
Jun 15, 2009 @ 19:29:14
Acho importantes as suas considerações, mas penso de uma outra forma. Tenho acompanhado posts em outros blogs e sites e acho muito fácil e conveniente – mas também importante – criticar um evento que se tornou gigantesco em menos de 15 anos sendo maior que todas as Paradas do mundo (para comparação, a Parada de Nova York tem 30 anos e um público de, no máximo, 500 mil pessoas). Tem muitos pontos errados na Parada, tem muitos pontos errados com as casas noturnas (que por não participarem tiraram o brilho da festa), assim como tem muitos pontos errado na política, na educação, na saúde e no acesso a uma vida decente no Brasil. Não é fácil organizar um evento desse porte. E como controlar um público de mais de 3 milhões de pessoas quando a própria polícia – muitas vezes, homofóbica – faz vistas grossas para o que acontece ao seu redor. A Parada Gay, nos últimos anos, tem visto o número de gays reduzir cada vez mais. Nesse ano, vi muito mais heterossexuais, em grupos, azarando e curtindo a música eletrônica do que gays se divertindo. Não sou contra isso. Num evento democrático, em vias públicas, também vemos meninos de rua, muitas vezes, drogados, procurando a próxima vítima no meio da multidão. Assim, acho que a discussão aberta é importantíssima, mas também penso que o “buraco é muito mais embaixo”, depende de uma série de fatores, e precisamos lembrar que o Brasil é um país de terceiro mundo, com muita desigualdade social, onde um movimento gay com expressividade quase acabou de nascer.
Dimas
Jun 15, 2009 @ 21:28:50
Concordo com você, Shoici. Mas o fato de nossa parada ter “inchado” não é o máximo. É um erro. Em Nova Iorque ela conta com 500 mil pessoas (e em Roma, essa do vídeo, 200 mil) porque é justamente um evento POLÍTICO. Você não vê as pessoas se acotavelando, saindo das cinco regiões do país, pra irem assistir a parada de 7 de Setembro em Brasília, vê? Pois é. É que a parada da Independência tem cunho político e não é divulgada como evento turístico. Lá, sabe-se muito bem, não é “oba oba”. Já a parada gay, é divulgada como evento turístico, lucrativo e bombante. Se temos 3 milhões de pessoas, é porque tá errado. Infelizmente, nossa consciência política ainda é insuficiente pra mobilizar alguns milhares de pessoas, que dirá milhões. Por isso insisto na pergunta:”O que tudo aquilo represena pra esses 3 milhões?” Nossa polícia poderia ser a Scotland Yard que ia dar na mesma: o que acontece na Paulista é uma micareta e não uma manifestação por direitos civis, e nesse sentido, o buraco é realmente BEM mais embaixo…
Marcela
Jun 15, 2009 @ 20:34:09
Bom, vc já sabe o que eu penso de Parada Gay. (aliás, acho que fomos formulando essas idéias durante aqueles meses de café no MGM).
Mas tem uma frase sua que eu nao posso deixar passar (rsrs):
“O que será que 69 representa pras pessoas que infestam a Paulista nesse momento?”
Depois de tudo que vc disse, será que precisa responder? (ambiguidade mode on)
Shoichi Iwashita
Jun 15, 2009 @ 22:06:21
O tamanho da Parada realmente se tornou uma faca de dois gumes, Dimas. Posso estar errado, mas eu tenho a impressão de que a atenção que a mídia e a política tem dado ao assunto homossexualidade tem muito a ver com o tamanho da Parada de São Paulo (durante o dia, ocupando a principal e mais vísivel avenida da cidade ou do país), o alastramento das Paradas gays pelo país (são mais de 100, acho, perdendo apenas para o número de paradas nos EUA) e o volume de negócios que esse feriado movimenta na cidade. Será que se não fosse a soma desses fatores o prefeito e o governador participariam do evento? Será que os políticos não param para pensar quando se fala que uma parada gay atrai mais de 3 milhões de pessoas e mais de 400 mil turistas para uma cidade? Por outro lado, um evento desse tamanho também traz problemas como temos visto. Qual a solução? Como impedir que pessoas que vão estragar a festa participem do evento? Fechando o evento? Por isso, digo que é muito fácil criticar… Nem a polícia, nem a associação organizadora, nem a prefeitura tem uma solução fácil para o problema. E discordo quando você diz que as paradas menores lá fora são políticas e a nossa não… Já participei das paradas de Nova York, Londres e Paris, e as pessoas vão sim para se divertir (a não ser em Nova York, que só desfila quem faz parte das associações; o público só participa como espectador, o que, na minha opinião, é muito chato). Na minha opinião, a única diferença é que nesses países, as PESSOAS têm acesso a uma educação muito melhor, são países que exercem a democracia há muito mais tempo que o Brasil; e é o público quem faz a diferença. O brasileiro nem sabe votar ainda, não conhece os seus direitos e acho que é muito difícil avaliar um evento, tentando encontrar culpados, alegando falta de boa vontade, quando, na verdade, o problema é um problema do país e não da comunidade gay ou das pessoas que frequentam a parada. E parabéns pela discussão através do seu blog! Espero ter contribuído com algumas ideias!;-)
Dimas
Jun 15, 2009 @ 22:23:40
Acho que concordamos quando dizemos que as autoridades talvez não comparecessem se a parada fosse menor, ou seja, se não fosse um evento turístico/econômico… Isso torna falgrante o que eu tentei discutir: que o evento perdeu o cunho político.
Seu testemunho quanto à parada de Nova Iorque mostra jsutamente o que eu estou falando: é um pocuo chato mesmo. Tipos que o congreso nacional nunca vai ser olugar mais divertido do mundo, mas é política, fazer-se o que? Como falei no texto (e reitero) sou super a favor de que o ativismo político aconteça de forma lúdica e divertida, no entanto, é preciso (se a intenção for a conquista de direitos civis) que haja conscientização para que o evento não se torne micareta. Nada contra virar micareta também. No entanto, como coloquei, nesse caso seria melhor vendê-lo para uma grande empresa, oficializando seu caráter atual: o de grande festa turística, tipo, sei lá, a Oktoberfest de Blumenau, por exemplo.
Quando você diz que é fácil criticar, tem razão. Por isso coloco mais perguntas do que resposta. Como você, não saberia dizer o que fazer a respeito. Mas colocar camarotes, manter a estrutura megalomaníaca, e fazer de São Paulo a capital da festa (e não da luta pelos direitos) na semana da parada COM CERTEZA não é a melhor delas. Ou a parada acontece no feriadão “por coincidência”?
Obrigado pelos parabéns e seja sempre bem-vindo ao O&A!:)
Gustavo
Jun 16, 2009 @ 00:13:24
Em meio a tanta discussão sobre o papel das paradas na atualidade, me chamou atenção uma pequena parte do post, que por sinal eu já tinha tomado conhecimento. Falo da Resistência Nacionalista. E chamo a atenção para uma transformação que ocorre silenciosamente no Brasil – o surgimento de grupos de extrema direita. Será que alguém teve curiosidade de ir ao site do grupo Resistência Nacionalista? Repararam nos videozinhos dos militantes do grupo?
http://www.youtube.com/user/CANALRN?gl=BR&hl=pt
Todos os rostos foram tampados (me pergunto o porquê disto, já que alegam defender a família!) No vídeo-manifesto do grupo, em que mostram o que combatem e o que defendem, falam de “Deus, Família, Pátria, Povo, Tradição, Verdade, Honra e União. Pelo bem da nação”, ao som de uma música parecida com os hinos cantados pelo Exército Brasileiro e o logotipo que exibem também se assemelha ao do Exército. Em certa parte do vídeo falam de seus Combatentes “engajados politicamente” – as cenas? Cenas de rapazes jovens de cabeça raspada, com os rostos tampados, treinando diversas modalidades de luta.
Muito além dos rostos tampados, me chamou a atenção o fato de todos possuírem a cabeça raspada e o modo de combate, a luta (traduzindo: agressão física). A grande verdade que bem sabemos, pelo perfil que se repara nesses militantes dos vídeos, é que se trata de um grupo de skinheads que levanta a bandeira da família para ganhar visibilidade e legitimidade, enquanto por trás desta desculpa esfarrapada temos um grupo que se banha em ódio racial, homofobia e intolerância. A comunidade “Resistência Nacionalista” no orkut revela a verdade em sua descrição (além do péssimo português): “Comunidade da Resistência Nacionalista, aqui será discutido assuntos abertos e esclarecimentos!
Somos formados por Skinheads Nacionalistas de Extrema Direita e apoiamos grupos que tem ideias semelhantes a nossa em busca da soberância nacional, combate ao comunismo e defesa da familia brasileira.
A RESISTÊNCIA NACIONALISTA tem como princípios fundamentais: Deus, Família, Pátria, povo, Tradição, Verdade e Honra.”
“Que Deus cuide dos nossos amigos, pois dos nossos inimigos cuidamos nós”
E terminam por agradecer aos diversos grupos espalhados pelo país: União Nacionalista, Juventude Nacionalista-MG, Cabeças Raspadas-RJ, Núcleo Integralista-BA.
Devagar o Brasil engatinha na criação de grupos de extrema direita, enquanto na Itália, o partido de extrema direita Movimento Social Italiano-Direita Nacional, cria oficialmente patrulhas “combatentes”, sob o nome de “Guarda Nacional Italiana”, apoiados na nova Lei de Segurança que permite a formação de rondas cidadãs e apenas esperam a publicação da lei no Diário Oficial da Itália para começarem a operar. Um dia o Brasil chega lá.
Davi
Jun 17, 2009 @ 04:32:07
Li em alguns comentários que a antenção da mídia a comunidade gay neste periodo do ano seria uma vantagem ao movimento político.
Pelo que tenho visto nos ultimos anos, a atenção da mídia à parada é comparavel com a do carnaval, onde o importante é mostrar fantasias e carros aleóricos em um país de fome e miséria.
Onde ficam as bandeiras do movimento? O direito a união civil? A luta contra a homofobia (tema deste ano)?
Tudo no final vira festa! Viram Drags sorrindo em trios elétricos e bombas caindo dos prédios..
Objetivo cumprido?
Renato
Jun 17, 2009 @ 09:08:52
;-(
bah
que horror esse vídeo ae, independente de quem fez, o vídeo é horrível
c foram gays que bateram no cara, PIOR AINDA
o problema é que a imagem é feita de cima
vao identificar alguem, COMO ?
e o comentário do Gustavo sobre o Grupo de Resistência Nacionalista?
Isso é praticamente o Grupo NAZISTA, horrível…
Esse país está tomando um rumo estranho, não?
Fernando
Jun 21, 2009 @ 21:41:08
“……A grande verdade que bem sabemos, pelo perfil que se repara nesses militantes dos vídeos, é que se trata de um grupo de skinheads que levanta a bandeira da família para ganhar visibilidade e legitimidade, enquanto por trás desta desculpa esfarrapada temos um grupo que se banha em ódio racial…..”
A RESISTÊNCIA NACIONALISTA,tem como principio defender nosso país e a família,a Resistência é um grupo de extrema direita NACIONALISTA que visa o amor a patria e a fé em DEUS a RESISTÊNCIA em momento algum foi um grupo RACISTA.A RESISTÊNCIA NACIONALISTA é principalmente contra o nazismo e contra qualquer tipo de racismo contra outras raças.
(Fernando)
EU PEÇO A VOÇES QUE PESQUISEM MELHOR ANTES DE FALAR O QUE NÃO SABEM PROCUREM SE INFORMAR MELHOR,PRINCIPALMENTE COM INTEGRANTES DA RESISTENCIA!
SALVE A RESISTENCIA!!!!
Dimas
Jun 22, 2009 @ 00:59:28
Engraçado, Fernando, que um grupo se diga contra racismos encontre em valores tão fanáticos e infundados sua principal sustentação. Seu “Salve a resistência” não me parece muito diferente de um “Heil Hitler”. O führer era vegetariano, anti-tabgista e pregava a boa saúde, o bem estar, os valores da tradicional família cristã e até a paz. Infelizmente, ele acreditava que somente através da ELIMINAÇÃO de todos que fossem diferentes (judeus, homossexuais e etc.), esses valores seriam alcançados.
Só que eu quero te lembrar que não é pela exclusão, mas pela inclusão, que se constróem valores realmente universais e pacificadores. VOCÊ é quem devia pesquisar mais antes de se envolver num grupo como esse, que prega sim, valores xenófobos e homofóbicos. Sua cegueira em constatá-los e sua falta de pensamento crítico ao colocar uma saudação desse tipo no final de seu comentário só expõem a cegeuira da tua fé e a falta de VALORES (veja a ironia) que com certeza ronda a cabeça de cada uma das pessoas que se filia a esse tipo de projeto.
O real desafio é construir um mundo justo e fraterno APESAR das diferenças. Fazer com que o cristianismo entenda que as sexualidades são naturais, que os judeus convivam pacificamente com os árabes, que os negros possam se relacionar de igual pra igual com os brancos, que sérvios não matem croatas e por aí vai… Mas pra fazer tudo isso, não adianta “ser homem”. É preciso hombriedade, caráter, e, ao contrário da resistência, TOLERÂNCIA.
Thiago Cresley
Jul 16, 2009 @ 17:46:44
Deus do céu, oq vc disse é a mais pura verdade, concordo com exatamente tudo.
Chega a me dar um frio na barriga quando vejo notícias do mundo quanto a homofobia, sobre as agressões, mortes, e tudo mais.
Não consigo me imaginar em uma situação dessas, já que defendo com unhas e dentes minha condição sexual, pois acredito que o que faço em meu quarto não interessa a curiosidade alheia.
Simplesmente vivo minha vida normalmente, e defendo tbm a ideia de que não devemos definir uma pessoa pelo sexo que ela faz no quarto, ou seja onde for, mas sim pela sua conduta com a sociedade e consigo mesma.
Vamos continuar lutando, e sabendo escolher bem na hora de VOTAR.
Que Deus nos ajude.
Deynner
Jul 06, 2011 @ 23:39:43
As opiniões contidas ao longo do texto são muito interessantes e foram muito bem elaboradas, contudo pretendo rebater a idéia de que “parada gay = desastre” contida na primeira linha.
A apatia política é um problema generalizado, bem típico de nossa sociedade contemporânea, inúmeros processos históricos podem ser chamados para tentarmos entender esse fenômeno. (não o farei pois esse não é o escopo desse comentário) E devemos nos lembrar que Democracia, liberdade política e movimentos sociais são coisas relativamente novas no Brasil, que sempre manteve uma estrutura patriarcal e autoritária. Assim esperar que os 3,5 milhões de participantes da parada lembrem-se de problemas dos homossexuais no irã ou em qualquer outra sociedade governada por movimentos religiosos fundamentalistas é ingenuidade. É quase como pedir aos milhões de foliões do carnaval que façam doações para acabar com a fome e a miséria extrema do país, ninguém vai prestar muita atenção e a culpa não é do carnaval como a parada gay está longe de ser um aglutinador político.
O autor cita muito bem o processo histórico que originou a tradicional “parada gay”, e neste ponto é que uma confusão é feita. Uma MARCHA de protesto é diferente de uma parada, não se pode esperar que os resultados de ambas sejam iguais pois seus propósitos são diferentes. E agora eu faço uma pergunta bastante pertinente: será que ao menos alguns dos objetivos da parada gay são atingidos? ou a parada gay tornou-se completamente obsoleta e assim poderiamos chama-la de “desastre” ?
Valhe lembrar que um número absurdo de mini-cursos, oficinas e palestras são ministradas durante esse evento, Apenas o desfile é noticiado, mas o evento todo é muito, mas MUITO maior e mais abrangente.